Archive | Março 2015

Os preconceitos sociais existentes à volta do futebol

O futebol é, hoje em dia, uma indústria que movimenta milhares de euros e isso acontece graças à espetacularidade dos argumentos técnicos dos seus principais intervenientes, isto é, os jogadores. No entanto, associado à sua enorme popularidade está também o preconceito social que este desporto acarreta. Saiba quais são os principais preconceitos sociais existentes à volta do futebol e livre-se deles de uma vez por todas.

O futebol não é para mulheres

No futebol não há sexos, apenas uma bola e onze jogadores de cada lado que se digladiam à procura da tão desejada vitória. Isto acontece para as equipas de futebol femininas e masculinas.

Por outro lado, também é de realçar que os preconceituosos que afirmam que as mulheres não sabem ver ou apreciar futebol também se encontram errados, pois as mulheres, além de darem um colorido especial às bancadas, conseguem discutir esquemas táticos e estratégicas como e com qualquer homem. Inclusive, nos últimos anos, tem-se verificado um crescimento gradual da mulher naquele que é considerado um desporto de homens – na comunicação social, nas equipas técnicas e diretivas dos clubes, e em outros setores da indústria.

Não há gays no futebol

“O futebol é para homens e, como tal, não há gays no futebol”. Este é um pensamento retrógrado que as mentes mais fechadas têm em relação a esta indústria. O ser gay ou não é uma opção individual e, independentemente do jogador ser futebolista, médico, ou carpinteiro, a opção é sua e ninguém a pode criticar. Aliás, não é por ser ou não gay que isso vai fazer do atleta um melhor jogador. As pessoas querem é que a sua equipa vença e isso vale para sócios, simpatizantes, adeptos das apostas desportivas, diretores do clube, entre outros, e nenhum deles se importa que o marcador do golo da vitória seja ou não gay.

A cor da pele dos jogadores

Infelizmente, o racismo em relação à cor da pele dos jogadores está presente no futebol. Isso nota-se nos apupos e nos cânticos das claques e dos adeptos mais obtusos, mesmo quando existem jogadores na própria equipa com essas mesmas características. Por exemplo, o jogador Mario Balotelli já se viu na obrigação de abandonar o terreno de jogo, pois não aguentou os insultos raciais que uma outra equipa lhe estava a endereçar.

Os jogadores de futebol são todos ricos

Nem todos os jogadores de futebol são ricos, pois nem todos são jogadores de elite ou de craveira internacional. Jogadores como Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, Lionel Messi, do Barcelona, Zlatan Ibrahimovic, do PSG, Kun Aguero, do Manchester City, entre outros de renome mundial, além de craques, são, de facto, muito ricos. No entanto, este tipo de atletas faz parte de um grupo muito restrito de jogadores, uma vez que a maioria deles, principalmente os que militam em divisões inferiores, têm ordenados baixos, tendo inclusive a necessidade de exercerem uma outra profissão para viverem de uma forma mais confortável.

A altura dos jogadores de futebol

Muitos adeptos e treinadores de futebol têm preferência por jogadores altos, possantes e duros, pois assim dá a ideia de que são intransponíveis e seguros em todas as suas ações. No entanto, a realidade é bem diferente e há vários exemplos de jogadores de baixa estatura que são uns verdadeiros génios da bola, como os exemplos de Messi, Xavi e Iniesta, do Barcelona, entre outros craques. A altura é apenas um de vários critérios exigidos aos jogadores de futebol e não é essa característica que define a sua qualidade.

Os treinadores mais jovens são fracos

Outro preconceito que existe no futebol está relacionado com a idade dos treinadores. Muitos acreditam que os treinadores jovens não têm qualidade para singrar, pois não têm a experiência necessária para dar a volta às situações de jogo mais complicadas. Mais uma vez, a realidade prova-nos o contrário e o exemplo de treinadores como Mourinho, Guardiola, Villas-Boas, Luís Enrique, entre outros técnicos jovens, é demonstrativo das suas qualidades quando comparados com outros técnicos mais experientes. Na Primeira Liga de Futebol já se verifica essa alteração e nomes como Marco Silva, Sérgio Conceição ou Rui Vitória são já apostas seguras.

Os melhores adeptos de futebol são aqueles que se deslocam aos estádios

Esta é uma grande mentira e um enorme preconceito, pois, na maioria das vezes, os adeptos não têm condições económicas para apoiar a sua equipa. Os bilhetes de futebol são muito caros, o que não está ao alcance de todas as carteiras e além disso ainda há o custo das deslocações aos campos dos adversários. Dessa forma, o apoio deixa de ser possível por várias razões, sendo a de ordem económica uma das mais importantes. Contraria-se assim a tese de que os melhores adeptos são aqueles que vão aos estádios, pois os que não vão também sentem a mesma paixão e amor ao clube que os une!

O departamento médico num clube de futebol

Não dá para conceber um clube de futebol sem a presença de um departamento médico. Por se tratar de um desporto no qual o contato entre atletas é constante, a presença de uma equipa médica nos bastidores é fundamental para que a equipa alcance os objetivos traçados ao longo de uma temporada. Esse setor é tão importante que, além de tratar os jogadores lesionados, ajuda a prever possíveis complicações. Dessa forma, influi até na escalação dos jogos, estipulando prazos para recuperação.

 A forte presença da medicina no futebol

O departamento médico que atua em clubes de futebol é composto pelos seguintes profissionais:

 Fisioterapeutas

São responsáveis por tentar trazer à normalidade os movimentos rotineiros dos jogadores. Isso, em um menor prazo possível. Uma fisioterapia bem realizada elimina o trauma do atleta após a lesão e, aos poucos, retoma a mesma confiança anterior à lesão e consegue executar os mesmos movimentos com a mesma precisão.

Dependendo da situação e do nível de agravamento, o tempo gasto durante a recuperação pode levar mais tempo do que a equipa técnica gostaria. Entretanto, a história demonstra que acelerar esses processos só faz com o que o mesmo atleta sofra a mesma lesão. Portanto, o prejuízo pela falta acaba por se tornar maior, já que ele terá de retornar à fase de reabilitação física.

 Preparadores físicos

Exercem treinos físicos tanto no campo como na academia. Estes profissionais posicionam-se numa linha ténue entre o exagero de exercícios e o excesso de complacência para com os jogadores. Devem ter cautela para não forçar muito a musculatura ao mesmo tempo em que procuram extrair o máximo de dedicação de todos durante as atividades, avaliando-os individualmente e fazendo as devidas cobranças. Devem estar aptos a notar a diferença entre desmotivação e sintomas reais de que, caso determinado exercício se prolongue por mais tempo, este pode comprometer determinada área do corpo, levando a alguma rutura de ligamento, por exemplo.

Os preparadores físicos sofrem intensa cobrança quando os jogadores demonstram cansaço ao longo dos jogos. Tem sentido, uma vez que o objetivo desse treino é não só fortalecer os atletas, mas elevar a manutenção de um mesmo ritmo por mais tempo. O desempenho varia e é individual. Contudo, espera-se que o grupo consiga se manter bem em campo ao longo dos 90 minutos.

Fisiologistas

O papel do fisiologista é desenvolver ações que visem aperfeiçoar a performance do atleta. Por meio de uma série de análises fisiológicas, esses profissionais concluem qual seria a massa muscular, teor de gordura ideal – de acordo com a função – para que cada um consiga realizar os movimentos com melhor qualidade. Também executam testes que medem a força, potência e, principalmente, resistência aeróbica e anaeróbica.

É por levar em consideração toda a bateria de testes concretizada pelos fisiologistas que os preparadores físicos montam o seu programa de treino.

 Médicos

Quando todas as medidas de precaução, preparação física amparada em testes fisiológicos precisos se deparam com imponderáveis imprevistos, os médicos entram em campo, literalmente. Eles ficam a postos em caso de algum choque mais forte para realizar o diagnóstico, tentar identificar previamente, se houve alguma fratura e se é necessário substituir o jogador ou ainda, se é recomendável levá-lo a um hospital a fim de se detalhar a lesão através de exames. Os médicos também são responsáveis diretos – após avaliação dos documentos dos outros membros do departamento – em dar aval para utilização dos jogadores ou reter os que ainda não estiverem em 100% de suas condições.

O coração da equipa

Os membros do departamento médico são incumbidos de dar vida à equipa. Por mais que um clube de futebol seja rico e ostente um grande elenco, ele não resistirá por muito tempo aos impactos oriundos de uma partida futebolística. Daí, a preocupação dos clubes em formar centros de excelência no restabelecimento dos seus atletas. Para vultosos investimentos, é necessário uma estrutura médica profissional. Afinal, as equipas de futebol consomem muitos recursos com novos jogadores. Deixá-los por muito tempo parados gera prejuízo e demora no retorno aguardado.